O mercado de Tecnologia da Informação (TI) vem sofrendo um verdadeiro apagão no Brasil. A formação dos profissionais não acompanha a demanda do mercado, e muitos deles se voltam às melhores possibilidades do cenário internacional. Uma pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) apontou que o país forma 53 mil novos profissionais da área anualmente, no entanto, isso não supre a demanda do mercado, uma vez que há um déficit da mão de obra, que pode chegar a 530 mil profissionais em 2030.
Embora a remuneração do TI possa chegar a R$25 mil no Brasil, o país não consegue segurar seus profissionais, que migram sua mão de obra exponencialmente para outros países. Atualmente, países europeus e os Estados Unidos enxergam o Brasil como um celeiro de oportunidades, pois conseguem mão de obra tecnológica mais acessível, devido à conversão da moeda. Em outras palavras, é mais vantajoso contratar brasileiros do que pagar caro por profissionais locais.
Esse cenário tem sido fomentado pelo avanço do trabalho remoto, que permite aos profissionais de TI trabalhar para outros países sem se deslocar. Atuando para os Estados Unidos, por exemplo, os TIs brasileiros recebem em média US$4 mil ao mês. O valor é considerado baixo para profissionais dos EUA, mas extremamente vantajoso para profissionais brasileiros. Somado a desvalorização do real, não é difícil entender porque é mais benéfico a estes profissionais venderem sua mão de obra para estrangeiros.
Por ser um cenário difícil de controlar, talvez a solução para o mercado brasileiro de TI seja valorizar financeiramente seus profissionais. Assim, além de valorizar a mão de obra local, é possível aperfeiçoá-la, através de cursos e pós-graduações na área, por exemplo. Contudo, somente o tempo dirá se tais esforços serão suficientes para evitar o colapso na Tecnologia da Informação brasileira.