Vencer um hackathon é o tipo de conquista que todo mundo quer ter no currículo. Não é pra menos. Um resultado desse pode valer mais do que muita certificação ou badge que você for apresentar no LinkedIn.
Um hackathon é a prova real de que você é capaz de reunir muito daquilo que as empresas vêm procurando nos seus próximos colaboradores: sucesso trabalhando em equipe, organização, senso crítico, liderança e capacidade de aliar soluções tangíveis com desafios do nosso dia a dia.
A gente viu por aí vários “guias” e outros conteúdos prometendo te preparar para um hackathon. Porém, tudo é basicamente mais do mesmo ou algo genérico sem nenhum complemento robusto como, por exemplo, os materiais que estaremos disponibilizando aqui para download e acesso.
É por isso que decidimos usar a nossa experiência e produzir o nosso próprio conteúdo pra te ajudar com os seus próximos hackathons!
Quem somos nós?
Este material é uma colaboração entre as duas maiores comunidades de hackathon no Brasil: Hackathon Brasil e Hackathon do Bem. Com hackathons realizados em todas as regiões do Brasil, online e presencial, chegou a hora de unirmos forças e entregar a você dicas valiosas que vão dar aquela confiança que faltava para o seu próximo hackathon.
Como se preparar para um hackathon: veja o que escreveram nossos especialistas!
A seguir você vai poder conferir o que cada especialista tanto do Hackathon Brasil quanto do Hackathon do Bem escreveu para te deixar mais perto do tão sonhado primeiro lugar no seu próximo hackathon. Eles apontaram a importância que um bom planejamento de negócio deve ter até como fazer uma estrutura de pitch certeira para conquistar as bancas. Seja qual for o hackathon que você está pensando em participar, seja até mesmo o da NASA, essas dicas e os materiais que as acompanham serão fundamentais na sua jornada de preparação!

“Investigue bem o problema, depois pense na solução”
A primeira pessoa consultada para esse documento não poderia deixar de ser o nosso anfitrião aqui no Hackathon Brasil, Richard Tordoya!
O conselho do Richard é primordial para aqueles que sentem dificuldade principalmente no início de um hackathon.
Essa é para a galera que já começaca a suar frio e a ficar ansiosa logo quando se reuni com o grupo e não tem a mínima ideia do que fazer depois. Nesse momento, é bem comum que muitos pulem etapas e já queiram correr com o desenvolvimento da solução, deixando o problema a mercê de uma avaliação rasa.
“A chave para um hackathon bem-sucedido está em entender profundamente o problema antes de mergulhar nas soluções. Portanto, investigue bem o problema, depois pense na solução.
Dedique tempo para desmembrar o problema em partes menores. Comece identificando o problema central e, em seguida, pergunte-se: ‘Quais são os subproblemas relacionados a este problema principal?’. Ao responder a essa pergunta, você estará formando o primeiro elo da sua cadeia de raciocínio. A partir daí, examine cada subproblema e determine como eles se interconectam e contribuem para o problema maior.
Essa abordagem não só ajuda a manter o foco e a organização, mas também garante que todas as partes do problema sejam consideradas. Ao visualizar o problema como uma cadeia interligada, você pode identificar mais facilmente as áreas que requerem atenção imediata e aquelas que podem ser abordadas posteriormente. Além disso, essa metodologia facilita a comunicação com a equipe, pois todos podem entender a lógica por trás das decisões tomadas durante o desenvolvimento da solução.”
Um desafio não vai te entregar de bandeja qual a melhor solução para superá-lo. É por isso que quanto mais analítico você for nessa fase, melhor. É óbvio que, como estamos falando de um hackathon, você vai estar em uma corrida contra o tempo. Foi pensando nisso que elaboramos um Plano de Negócios para você conseguir otimizar essa análise e não ficar para trás durante um hackathon. Baixe gratuitamente!

“As tecnologias emergentes estão aí para acelerar o seu projeto”
A próxima pessoa consultada é a Mariana Kobayashi, cofundadora da Tech do Bem, empresa que junto dos Caçadores de Bons Exemplos construiu os eventos e a comunidade Hackathon do Bem.
Muitos já devem ter ouvido falar da Mari por conta dessa matéria aqui. Mas, além de dirigir uma kombi pelo Brasil organizando hackathons, a Mari tem uma dica valiosa para você aproveitar as inovações como a inteligência artificial platformas low code/no code no seu próximo hackathon.
“As tecnologias emergentes estão aí para acelerar o seu projeto. Pensa comigo: a inteligência artificial, por exemplo, pode ser utilizada para automatizar tarefas repetitivas, liberando mais tempo para a criatividade e inovação. Enquanto que as plataformas low code/no code democratizam o desenvolvimento de software, permitindo que mesmo aqueles sem conhecimento técnico em programação possam construir soluções funcionais.
O que temos aí é toda uma geração de citizen developers, com muito potencial para impactar positivamente a tecnologia, pois virá incubida de um caráter multidisciplinar na hora de desenvolver as soluções. É a chance que você tem de aproveitar o domínio em sua expertise e usar para gerar mais impacto com a tecnologia.
Não se engane, o potencial de cada um, independentemente da área de estudo, é amplificado quando essas tecnologias são bem utilizadas. Seja você um estudante ou profissional de biologia, direito, comunicação, por exemplo, esse seu domínio de um conhecimento específico tem muito o que agregar em um hackathon.
É importante, no entanto, manter o foco na solução do problema e não se deixar levar apenas pela empolgação das novas tecnologias. Use-as como meio para alcançar um fim, garantindo que cada ferramenta escolhida agregue valor real ao seu projeto.
Aproveitar com sabedoria as tendências tecnológicas de agora é um passo importante para se destacar tanto em um hackathon quanto na sua carreira. Independente de qual tecnologia você vai usar, ou se será mesmo uma low code/no code, pra ajudarmos aqueles que estão indecisos, preparei um documento que vai te ajudar a prototipar sua solução em uma ferramenta que sempre recomendo que é o Adalo. Mãos à obra!”

“Resolver problemas reais da sociedade, fazem o seu grupo largar na frente”
Nos parágrafos acima, eu já mencionei o nome deles, mas sempre vale mais uma introdução para um casal que vem fazendo a diferença na vida de diversas pessoas e vários projetos sociais. Dudu e Iara Xavier são o casal que atendem pelo nome de Caçadores de Bons Exemplos. Juntos viajam o Brasil promovendo causas sociais e projetos do terceiro setor. Aliado a isso, os dois ainda co-organizam hackathons sociais (o Hackathon do Bem, mais especificamente). E os dois têm dicas valiosas a compartilhar para você em seu próximo hackathon.
“Sabem, uma coisa que eu aprendi viajando por esse Brasilzão é que cada comunidade tem suas histórias e desafios únicos. E é superimportante a gente se conectar com essas realidades. Antes de qualquer hackathon, bora lá conversar com a galera, visitar as ONGs, e entender o que realmente tá pegando no coração das pessoas. Isso faz toda a diferença na hora de criar algo que vai tocar a vida delas de verdade.
E ó, não é só ter a ideia, viu? Tem que fazer acontecer! Então, se liga: chama os mentores que sempre estão presentes nos hackathons pra dar aquela força. Eles podem ajudar você a ver os problemas por um outro ângulo e achar soluções que antes você nem imaginava. Resolver problemas reais da sociedade, fazem o seu grupo largar na frente!
Depois do hackathon, não deixa a peteca cair não, tá? Vamos refletir sobre o impacto buscado e em como seguir nessa jornada de propósito com a tecnologia sendo a sua principal ferramenta de transformação. Porque, no fim das contas, é isso que nos move, né? Fazer a diferença, deixar nossa marca de amor pelo mundo e ajudar a construir um futuro melhor para todos!

“O feedback é o combustível que impulsiona nossas ideias para frente”
E agora com a palavra, Dudu Xavier:
“Vindo de alguém que passa a vida dirijindo estrada afora, não vou ter como fugir dessa analogia que aprendi depois de cada hackathon realizado: o feedback é o combustível que impulsiona nossas ideias para frente. Sabe, quando a gente tá na estrada, cada parada, cada conversa com as pessoas locais, nos dá uma nova perspectiva, um novo insight. No desenvolvimento de um projeto, é a mesma coisa.
Durante um hackathon, ou em qualquer projeto que vocês estejam trabalhando, não tenham medo de buscar opiniões. O feedback é como um mapa que mostra onde estamos e para onde precisamos ir. Ele vem de todos os lugares: dos usuários, da equipe, dos mentores. Cada pedacinho de feedback é uma oportunidade de ouro para refinar a nossa solução, torná-la mais robusta, mais alinhada com o que o mundo lá fora realmente precisa.
Mas feedback não é só receber, é também saber dar. Quando vocês estiverem na posição de oferecer feedback, façam isso com respeito e empatia. Sejam construtivos, sejam claros, e acima de tudo, sejam honestos. Afinal, estamos todos juntos nessa jornada para criar algo que faça a diferença. Então, para seguirmos é preciso estar com o tanque cheio de feedback Vamos nessa!”

“Não subestime o storytelling do seu pitch”
Bem, chegou a vez de me apresentar. Meu nome é Raphael Santos Marques, e co-fundei com a Mari, a Tech do Bem. Dá pra dizer que sou mais um hacker do bem botando pra rodar esse projeto que vem ganhando o Brasil que é o Hackathon do Bem.
Vou então pedir licença para sair da posição de redator e entrar agora na de fonte neste guia.
Pensei muito em como concluir o material com alguma dica poderosa ainda faltando. E não deu outra. A primeira coisa que me veio à cabeça é também a última coisa que você vai precisar fazer bem feita no seu hackathon: o pitch.
Encare o seu pitch como um arco narrativo. Não vá e gaste os poucos minutos da banca apenas expondo os features da sua solução ou como ela resolve o problema, sem antes apresentar o contexto e a motivação com dados por trás. Aqui é hora de usar o storytelling e suas estruturas narrativas. Uma estrutura que gosto muito é a AIDA (Atenção, Interesse, Desejo e Ação). Comece com um fato que chame a atenção de quem está avaliando o seu projeto, trazer um dado é uma boa dica nessas horas. Depois desenvolva sua história despertando o interesse para o problema e atraindo o desejo dos jurados para saber mais e mais sobre a solução. Por fim, conclua chamando os interessados a despertarem para a sua inovação, experimentando-a ou investindo nela.
Você pode inclusive usar o ChatGPT para ajudá-lo na construção desse tipo de estrutura narrativa. Eu preparei um pdf com aproximadamente 100 prompts de escrita criativa (incluindo a estrutura AIDA) para você usar no seu pitch. Você vai conseguir acessá-lo inscrevendo-se na newsletter Não É Pelo Bem da Tech. Após a inscrição, tudo que tem a fazer e baixar o pdf no link que vai chegar pelo email de boas-vindas da newsletter. Aproveite esses prompts durante o seu próximo hackathon!
Esperamos que este guia te ajude no seu próximo hackathon, e também inspire e abra novas possibilidades de interesse para você.
A tecnologia deve ser uma ferramenta para ampliar seus horizontes e abrir portas para caminhos inovadores, permitindo que você faça contribuições significativas para a sociedade.
Hackathons servem muito a esse propósito ao permitir que cada desafio enfrentado seja uma oportunidade de crescimento e aprendizado. Assim, cada solução encontrada vem para servir a um propósito maior na sua vida. E quando a gente fala de hackathons sociais, é exatamente isso. Servir ao bem, abrir o seu código para que outros possam seguir o exemplo e fazer mais.